Liberdade Sexual Feminina: Por que ainda incomoda tanto?

Pleno 2022 e ainda é visto como impróprio ou absurdo uma mulher que expressa abertamente sua sexualidade.
A liberdade feminina tem urgência de ser mais naturalizada socialmente.

A sexualidade feminina desde a infância é reprimida e mistificada, cercada de crenças e desinformações. A educação tradicional adia ao máximo falar sobre sensações, prazer e autonomia. É natural crianças quererem se descobrir e conhecer seu próprio corpo, sem nenhuma conotação maliciosa. Enquanto que nos meninos isso é prova de desenvolvimento sadio, nas meninas ainda é visto como inadequado ou precoce.
Quem se lembra de algum adulto brigando para “tirar essa mão dai”?

Na puberdade, o garoto começa a expandir sua sexualidade, conhecer melhor o próprio corpo, sentir desejos e é incentivado a isso. Já a garota é instruída a ser mais comedida nessas explorações. Chegamos à vida adulta pressionas para manter um corpo perfeito, seguindo um padrão de beleza irreal que se estende para a cama: para “conquistar” um parceiro, temos que saber agradar e fazer de tudo entre 4 paredes ( cresci com conteúdos “como enlouquecer seu homem” e nenhuma “como se conhecer melhor” ), mesmo nunca tendo sido instruídas a se conectar com o assunto.

Mesmo com a escalada da mulher no mercado de trabalho, parece que apenas acumulamos funções e nossa liberdade ainda espanta. Espera-se das mulheres que sonhem com casamento e filhos. Temos que ser filhas excepcionais e mães melhores ainda, sem, é claro, descuidar da aparência e da carreira. Mães perfeitas, mas sem marcas da gravidez, uma transformação que nos muda para sempre e também dar conta da vida sexual, pois o casamento também precisa ser uma prioridade.

E a etiqueta dos encontros?
Até podemos transar no 1º encontro se tivermos vontade, mas não podemos esperar ser “levadas à sério”, como se nossa sexualidade ainda fosse algo à ser guardada e usada no jogo da sedução, independente da nossa vontade.

Imagina expor em rede nacional que temos desejos pulsantes à serem saciados em uma noite?

Uma mulher que sabe exatamente o que quer pode assustar, mas hoje garantimos que é um movimento em ascensão.
Será que a sociedade está preparada para lidar com essa potência que durante muito tempo oprimiu?

Enquanto mulheres, nosso papel hoje deve ser de apoiar e incentivar mais e julgar menos.

Assim não contribuímos para essa lógica que durante anos escravizou mulheres em nome de uma “moral”.

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